FOLHAS CAÍDAS
Ando em ruas desertas de luzes amarelas, varrendo calçadas sujas de folhas caídas!
E estes rostos escondidos atrás de janelas fechadas, como tristezas vivas aprisionadas num passado morto de lembranças vazias, em que aquilo que se não diz fere mais que espadas cortantes;
Quando o nada se torna maior que tudo, sufocando em gritante solidão o silêncio eterno de covardes vozes mudas!
Pois nada assusta mais que o imenso vazio devorando esses dias de medíocre prazer cuspido na alegria fútil de desejo falso;
Às vezes parece que o tempo escorre pelos dedos, esvaindo-se aos poucos na palma da mão, como o esperma derramado de filhos nunca nascidos!