AUSENTE

Disseram-me sobre os véus das luas;

Das fases de cada tempo prescrito nas estrelas,

Quiseram me fazer divagar pelas ruas

Entre ilusórias cruzes que não se deixam vê-las.

Tomaram-me a formosura de cada dia

Que se alastrava pelo céu vasto e esperançoso.

Ditaram-me as regras da minha alegria,

E me mataram, aos poucos, num flagelo receoso.

Sangraram-me os olhos em rubra saliva

Rasgaram a minha escrita na poesia de um amor

E me cortaram os pulsos de artéria viva

Descendo ao frio do chão envolto de intensa dor.

Hoje sou letra sem alma isolada no breu;

Sou um vazio rio que da nascente se desprendeu,

Céu sem luar, caravela sem mar, sou eu,

A olhar o horizonte que no negror se desvaneceu.

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®

Giovanni Pelluzzi

São João Del Rei, 21 de fevereiro de 2015.

Giovanni Pelluzzi
Enviado por Giovanni Pelluzzi em 21/02/2015
Reeditado em 18/04/2015
Código do texto: T5144552
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