ERA SONHO...

Hoje eu quis escrever um poema,

Parecia-me fácil essa intenção.

A madrugada sugeriu o tema

Pedindo que só ouvisse o coração.

Nascendo o dia, comecei os versos...

Pedi à razão que não desse palpite.

Alma de poeta é seu universo

E sua inspiração não tem limite.

Ledo engano, eu, pretensiosa,

Tomando ares de poetisa

Não escrevi sequer uma prosa...

As letras se foram com a brisa.

Nem rimas, nem métrica ou compasso...

Busquei na lembrança um grande amor

Que deu certo ou até um fracasso,

Que trouxe alegria ou até uma dor.

Mas não teve jeito, foram embora,

Inspiração em vogais e consoantes.

Já não escrevo como fiz outrora,

Os versos já não são como antes.

A crença de ser uma poetisa

Foi a minha sensação ao acordar...

Vejo que mais razão a razão precisa:

Juro que não vou mais sonhar