FÉ NORDESTINA
De fome morreu José
Lentamente morre João
Ninguém aqui perde a fé
E a fome devora o sertão
Maria caminha raquítica
Zefinha definha em pé
Josefa ficou paralítica
De fome morreu Zezé
O sol lambe o verde da terra
Sugando a água do chão
A morte sorri lá da serra
Do homem de rosário na mão
A fome em veredas fantasmas
E a morte subjugando a razão
As almas cansadas e secas
Ainda assim pedem perdão
Morte e vida Severina
Vidas loucas vidas secas
O quinze nunca termina
Grande sertão: veredas