Pássaros da agonia...
De olhos embotados de cimento e tráfego
Lá vai o povo pelas ruas...
O caminhar já não é mais o mesmo,
Bandeira hasteada, flamulando histérica!
E o rosto cego pela incerteza...
Desconstruir uma pátria para,
E em apenas três dias levantá-la?
O próprio Cristo morreu sem fazer.
O templo ruiu e com ele os fariseus...
Os gritos de ordem vem lá de fora...
Aqui dentro, sempre, como uma onda.
No fundo do mar, um gigante espera,
A multidão está esquálida de saber e sonhos,
Enquanto as aves migram com medo,
Bem antes da temporada.
O óleo que vem da pedra é negro
O povo também não é lá muito branco;
Mas os passarinhos têm mais medo
Do povo do que do óleo da pedra que é negro.
O povo, cego do óleo, cego do olho,
Cego de pedra, também quer cegar o óleo,
Em nome da desmoralização,
Dos maus costumes, e, acima de tudo,
Da sofreguidão das suas agonias incontidas.