DOS AMORES GUARDADOS ... GUARDADOS PELA DISTÂNCIA
QUEM GUARDA NOSSO AMOR,
NÃO SOMOS NÓS...
SÃO AS DISTÂNCIAS:
DISTÂNCIAS TEMPORAIS
DISTÂNCIAS SENTIMENTAIS
DISTÂNCIAS COLOSAIS.
QUEM NOS GUARDA SÃO OS QUILÔMETROS,
SÃO AS ESTRADAS EMBURACADAS
DESSES NOSSOS CORAÇÕES MALTRATADOS
PELOS ACOSTAMENTOS DAS NOSSAS FUGAS-DE-EM-VIDAS...
NOSSOS AMORES GUARDADOS DE NÓS MESMOS,
TEMIDOS DOS NOSSOS PRÓPRIOS MONSTROS
E REFÉNS DOS NOSSOS PROCESSOS INSANOS CANIBALÍSTICOS.
ESSES AMORES RECLUSOS DAS DISTÂNCIAS
SÃO NOSSAS ALMAS EM PLENO ESTADO DE PENÚRIA,
DE SOFREGUIDÃO,
DE ESPERANÇAS VÃS,
DE FANTASIAS DESCABIDAS,
DE UMA PARANOIA NOSSA
E COLETIVA DE DOIS.
JÁ QUASE DESISTO DESSES AMORES DISTANCIAIS:
ELES SÓ NOS SEVEM NA PLENITUDE DO AGORA,
NA INFINITUDE DO SEGUNDO INFINITO,
NA GRANDEZA DA PEQUENEZA INSTANTÂNEA.
AGORA SOU RENDIDO PELAS PRESENTITUDES...
AS DISTÂNCIAS DOS MEUS QUERERES
ME SÃO INSIGNIFICANTES E IRREPRESENTATIVOS
DE MIM
E DE VOCÊ, DESPROVIDAS DOS MEUS ALCANCES RETILÍNICOS.
ABAIXO OS AMORES REGIDOS PELAS DISTÂNCIAS,
CHEGA DE DEVANEIOS PSÍQUICOS,
ABAIXO AS RAZONAÇÕES DAS BEM-QUERÊNCIAS,
CHEGA DE TORTURAS VIRTUAIS...
VIVAMOS POIS, O AGORA,
A PRESENÇA DO SER PRESENCIADO,
A INDIZÍVEL FORÇA DOS OLHARES,
DOS DESEJOS IMPENSÁVEIS,
DAS LUXÚRIAS PREDITIVAS
DAS PERMISSIVIDADES PERMITIDAS.
GOZEMOS POIS, O AGORA
BRINDEMOS POIS, A INESCAPABILIDADE DO INSTANTE PRESENTE.
DIMMAS CASSIMIRO