Portas

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Portas

Amar é fechar-se.

Não falo do amor fraterno.

Não me refiro a nenhum altruístico sentimento.

Professo o amor que deixa descendência...

Amar é recusar-se!

É dizer não para quem deve estar alhures;

fechar portas, todas elas, e trancar-se dentro de si...

Abrindo-se apenas para o amado.

Amar é chatear e frustrar...

Chatear quem tenta entrar sem permissão;

frustrar qualquer aproximação indevida.

É fechar portas, sem abrir janelas.

Desamor é desrespeitar-se!

Quando se consentem galanteios fortuitos;

quando manifestamos interesses de percepção...

Que importa o que ele pensa sobre o mundo?!

Quem ama se mantém fechado!

Cerram-se as pálpebras da simpatia;

Cessam-se os meneios, os mimos, os senões...

O amor não permite metades nem indecisões.

Quer amar e ser amada?

Tranque-se!

Quer paixões e divertimentos?

Abra-se!

Para o amor só existe uma porta,

sem descaminhos;

para as paixões,

portas, janelas e decepções.

Para qualquer sentimento,

entretanto,

deve existir o respeito!

Quem ama,

respeita sempre;

quem busca a efemeridade de camas,

tolera por alguns minutos.

Amar é transitar entre brisas...

O suave e aconchegante vento,

ao bater em nossos corações,

faz sangrar,

escancarando portas que se abrem.

(In)felizmente,

outras se fecham,

por dever de justiça,

permanentemente.

Crato-CE, 30 de janeiro de 2015

00h37min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 30/01/2015
Reeditado em 19/06/2015
Código do texto: T5119351
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