MUSA SOFRIDA
Mulher que a vida escolheu,
para servir quem lhe queira.
De fato, a ninguém pertenceu,
seu corpo usa como bandeira.
Precisa se dar pra comer,
em qualquer cama ela deita.
Não sabe de amor ou prazer,
fingir é a sua receita.
Quando escolhida, agradece,
mais um que vai lhe usar.
No peito traz uma prece,
desesperança no olhar.
Sozinha, após mais um dia,
no espelho, a dor refletida.
Pra ela, minha poesia,
musa da rima sofrida.