ENFADADO
Perdido
por entre clausuras
no escuro vazio
do mais entranhado de dentro de si;
pesadas revoltas, derrotas
empedram-lhe ações
atando esperança em esfera de chumbo.
Não há movimento
e nem colorido,
tampouco respira
sequer um alento de brisa;
apenas silêncio
e um nada lotado de obesa amargura.
Sem luz de amanhãs e sentidos,
vegeta o enfadado cativo
que um dia deixou-se domar ao açoite
do medo.