OS MISERÁVEIS

Os miseráveis

Perdidos, sem destino, sem rumo,

Dando voltas sem sair do lugar

Desfilam suas chagas purulentas

Pelas avenidas da existência.

Sua essência maligna afasta

Os pequenos raios de luz.

Sua presença temida e nefasta

Para o abismo sempre os conduz

Passageiros da eterna e lenta

Agonia de não poder transmutar

A falsa mentira em verdade

Eles negam a eternidade

sentem-se poderosos e seguros

Protegidos pelo manto da maldade

Que vestiram outrora na mocidade

Miseráveis, pobres, desgraçados.

Quando acordarem dos devaneios

Terão um tombo grande e feio

Rolarão pelos abismos nefastos

Pagando o preço dos atos insensatos.

Miseráveis cuja fome só estampa

A mentira que ao bem espanta

Miseráveis por desejarem mais

Do que podem sustentar.

Miseráveis em sua sede de poder

Em sua ânsia de ter, vencer

Enquanto o próximo está a morrer

Eles nem sabem sua razão de ser

Misersáveis, egoístas, a tecer

Uma rede de intrigas e desdita

Pobres companheiros de lida

Miseráveis, em todo lugar

Arrastam-se para sutilmente

Fazer novas vítimas fatais.

Sugando-lhes toda a energia

Graça, beleza e certa nostalgia

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 13/01/2015
Código do texto: T5100240
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