Canto XI - Epílogo
"Lágrima negra e quente
Escorre por minha face
Deixando-me impotente
Prendendo-me num enlace
E nós, sem aviso, vão
Me detendo num impasse
Há quem diga: 'Olhos são
Os grandes portais para a alma'
Pra eles eu digo: 'Não!'
Pois sei que não há vivalma
Que, ao olhar meu sorriso,
Não chore cada meu trauma
Já não conheço meu riso
Sinto-me desamparado,
Solitário, indeciso...
Não há ninguém do meu lado
Levei uma vida torta
Sou só um pobre coitado
Vejo Cérbero à porta
Cruzo a soleira, ardor,
Nada mais me importa..."
Lágrima nasceu da dor
Transformou o homem em fera
Assim morreu o amor
Que, antes de ser, já era...