Num Oceano
Sou pequena, grão de areia
Pote d' água num oceano
Sou o nada do tudo que me restou
Dos rabiscos nas folhas brancas, falo muito, mas
fazem-se cegos para não ver
Não compreendo mais os seres
De tão confusa, cada vez fico ainda menor,
amedrontada
Os olhares não são mansos, as línguas são facas
A maldade é humana
É conviver no vespeiro, sem hora para morrer
O bem não caminha mais acima
Todos se entregam em um mesmo barco
no rumo errado
Sou pequena, também sou falha
Errada de natureza
Mas que não quer ferir, nem ser ferida...