Num Oceano

Sou pequena, grão de areia

Pote d' água num oceano

Sou o nada do tudo que me restou

Dos rabiscos nas folhas brancas, falo muito, mas

fazem-se cegos para não ver

Não compreendo mais os seres

De tão confusa, cada vez fico ainda menor,

amedrontada

Os olhares não são mansos, as línguas são facas

A maldade é humana

É conviver no vespeiro, sem hora para morrer

O bem não caminha mais acima

Todos se entregam em um mesmo barco

no rumo errado

Sou pequena, também sou falha

Errada de natureza

Mas que não quer ferir, nem ser ferida...

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 25/11/2014
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