Seu corpo nu... meu sofrer.
Vi seu corpo nu,
e nu me vi em tormentos.
Porque vi, ó mulher que tu,
Esconde em segredos seus talentos.
No clarão do lampadário bordeaux,
que candeia luz negra e crua.
Por castigo toco a pele ao léu,
num jeito rude, a sutil beleza tua.
Soluçando adentrei-me em veredas,
na penumbra do desejo a nada.
Então bateu no peito a dor e a incerteza,
daquela ânsia, espera desesperada.
Alucinado admirei ao longe,
o seu corpo afável de cor alvi-rosado.
E no fim dos negros cabelos longos,
os mais perfeitos glúteos molhados.
Solidão extrema, Intimidade, Sondagem...
No banho, a água que percorre seu corpo idolatrado...
O corpo que mostra sua nudez selvagem
e junto com a água, desaparece desvirginado.
Na sofreguidão afasto-me frustrado
e no fim de uma ilusão, ela também se foi.
Nem ao menos deixou o perfume que exalado,
de teu corpo nu, pra só, na intimidade, delirar depois.