POR QUE SERÁ?

Um amigo meu me dizia

Há dias, bem descontente,

Que jamais entenderia

O sentir de certa gente.

Julga-se, por amigos, traído

Por não darem atenção

E haver concluído

Que ora “sim” e logo “não”.

Sabe que apregoam bondade

Mas obras não as vislumbra

Sai da boca a amizade

Nos atos é só penumbra.

São gentis quando interessa

E por isso desconfia

Que a vil inveja os impeça

De lhe dar melhor valia

E continua esse amigo

Do peito, sem vacilar,

Hei-de ajudá-los um dia

Se voltando a precisar.

Isto sim, é dignidade

Que gosto de poetar,

Aos meus também a amizade

De quem os quer afirmar.

Quem sabe, por outro lado,

Se os amigos do amigo

Motivos terão abafados

Que os obrigam ao abrigo.

J D Lima Oliveira
Enviado por J D Lima Oliveira em 14/11/2014
Reeditado em 14/11/2014
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