Vislumbre
Acima dos muros os gatos nos contam seus caminhos
Eles brigam muito e parecem sempre zangados
Feridos defendem sua honra
A paisagem é extensa giram poeiras a bailar
Quantos fios elétricos sobre a cidade eu posso ver daqui... São as desilusões da vida ou será que o ar realmente parece um pouco enferrujado no horizonte?
Palpita meu coração quase sangrando, uma sombra vermelha no escuro deserto. Vejo árvores que não sei o nome! Vejo bailarinas sujas ferindo os pés em montes de lixos, e a fedentina das magoas estacionada sobre um bilhão de pessoas.
Como é vasto o mundo e largas se tornaram as cidades, beberam as poesias nas vozes cruas de suas dores, e vomitaram embriagados seus dessabores.
Como são vastas as poesias... De olhos descosendo lágrimas!
Como é triste a poeira a girar sozinha em forma de redemoinho, aqui só se vão desertos sem beirais desses caminhos. Só um mormaço afugentado as gentes para dentro das casas