VIDA BANDIDA

Acha pouco o que eu já sofri,

todas as lágrimas que chorei,

pois ainda insiste em fazer brotar,

a lembrança de tudo que enterrei...

Ah! Vida bandida!

Chega de zombar da minha sina,

apague então de mim, o presente,

devolva-me ao meu tempo de menina...

Quem sabe eu cresça outra vez,

agora que já conheci melhor a vida

e tenha uma nova chance,

de renascer sem esta ferida...

Não me deixe ao relento,

com esta minha triste sorte,

minha alma tanto sangra,

já não luto para ser forte!

Culpa sua vida bandida,

fez-me acreditar na felicidade,

sem sequer me avisar,

que ela não dura uma eternidade!

E não me chame de ingrata dizendo,

que fui eu quem te pediu um amor,

sim eu pedi, mas só o amor,

e sem me consultar, você o trocou pela dor!

Foi sua a culpa, só sua!

Uma bandida trapaceira,

prometeu-me sonhos e mais sonhos

e a felicidade por companheira...

Não teve a menor compaixão,

levou o meu amor para outros braços,

não pensou na minha decepção,

e ainda insiste em seguir meus passos!

Não percebe a minha solidão?

Já fiz tudo que eu podia

mas, nem te perdoar eu posso,

pois minha alma está vazia!

Agora fica a me observar,

como se não fosse a culpada,

por todo meu sofrer...

Acha que assim posso viver?

Não, eu não posso,

desisti...

Finjo que vivo para você,

mas por dentro eu morri!

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 24/05/2007
Reeditado em 12/04/2008
Código do texto: T500087
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.