O SILÊNCIO DA POESIA
Regilene Rodrigues Neves
A poesia foge de mim...
No silêncio da alma
Um vazio de palavras
Calam meus sentimentos...
Dos meus versos cheios de emoções
Uma sensação fria de uma lágrima
Que chora calada num íntimo vazio
Perdido sem direção num vôo de desilusão...
Metade de mim se fecha
Quando a outra metade reage
A vida que ainda preciso viver!...
Um sonho sem quimera
Acorda-me na manhã fria
A melancolia sombria paira n’alma...
Algum resquício dos meus versos
Rimam rumo ao norte do front
Apoio meus pensamentos
Na janela da saudade...
Passo as páginas do meu livro de recordações...
Quanta história... Tantos caminhos...
Lembranças se fundem me confundem
Entre lágrimas deste pranto
Ora de alegrias ora de tristezas minhas...
Quantos rascunhos jogados fora
Da janela do meu íntimo...
Vejo o tempo levando-os na distância...
Bate a porta do coração
O amor esquecido na gaveta
Dos sonhos perdidos estrada a fora...
Talvez um dia a poesia conte esta trajetória
Quem sabe uma linda história
De um poeta que o amor sonhou
Hoje guardou esquecido
Na gaveta dos sonhos que sonhou...
A poesia rasga o peito
Talvez mais um rascunho esquecido
Encontrado amanhã pela história
De um poeta que pela vida
Alguém irá compreender esse sentir
Do silêncio da poesia que aqui ele deixou...
Em 24 de maio de 2007 – 22hs58min.