Alva Noite - IV
Tua alva voz me ordena crueldades
Mil. Eu as obedeço, mas percebo
O mal feito a mim. Temo confessar:
Amofinado estou, angustiado.
Nas palavras que outrora me louvou
Tua voz, percebi má sugestão.
Religião alguma preservou
Minha integridade de mãos tão
Opressoras, cruéis, tais quais as tuas.
Defendo-me. Silêncio. Ris de mim.
Mais nada a declarar, vou indo embora.
As palavras que dizes repulsam
Minha presença. Temo confessar:
Para ficar, razões me faltam, boa senhora.