Nervuras

Quem houve as minhas lamurias,

A tristeza já tarde se inquieta no corpo,

Abraçam-me as mortalhas dos personagens

Fogem de mim na calada da noite como

Moribundas traidoras para agasalhar

A noite fria da poesia prisioneira.

A tristeza cria pés e troncos na terra

Do meu esquecimento, olhos pangos.

Entreolham-se pasmos e inquietos

De tamanha loucura inverossímil.

O pequeno espaço da minha mente

Desfolha-se pecaminosa

Na minha doce loucura frágil,

Deito-me trilhando as nervuras

Do espaço etílico, que jaz frio.