Herança

Uma mão anonima descreve

sem palavras um rosto vazio.

A força morta de um olhar

rascunha o vento, em busca

de uma lágrima perdida.

Dentro de mim uma voz muda

Grita em silêncio o meu nome.

Retalhos mórbidos de várias gerações

No germe de um clone doente.

Um homem fragmentado em si

Imerso na loucura de seus impulsos,

Preso na solidão de seus atos.

Conduta torpe carregada no sangue,

Herança maldita na lembraça da alma,

Evolução cética de pureza nenhuma.

Alessandro Faria de Oliveira
Enviado por Alessandro Faria de Oliveira em 24/05/2007
Código do texto: T499006