Infeliz Final
O nosso romance,
Cheio de sonhos e amor,
Não sei porquê,
Viveu, cresceu e acabou.
Junto com ele,
Foram-se embora também,
Minha vida,
E minhas poesias;
Só restou comigo
O vinho,
A tristeza
E a solidão,
Das quais sou refém.
Recolho-me, novamente,
Ao meu quarto escuro.
Nele, outra vez escuto
O som morto do meu coração.
Se vivo ainda?
Não sei.
Mas uma morte maior que essa,
Nunca morrerei.
Adeus, poesia.
Com esse punhal,
Abro no peito
Tua ferida,
Para um infeliz final.