Convite
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O ar compartilhado tem gosto de venturas...
Os olhos, requintado sabor de aceitação.
Quem te convida não quer desventuras, não!
Busca apenas que sejam abertas portas,
por que não?
O beijo que teus lábios ainda não sentiu
resseca, pulsante, no sonho de quem te deseja.
É quimera que tua paz lança no grito que esbraveja,
todo aquele que se aproxima com suave ardil.
Iludido? Arriscaria irrefutável afirmação?
O sorriso merece releituras que rasgam os manuais.
Nunca seja gentil se não deseja prosseguir!
Quando de nós alguém se aproxima e fica ali,
valendo-se da obviedade das intenções atemporais...
Acredite, ele quer que os sussurros se tornem ais!
A plena liberdade é o direito de se permitir preso.
Não por medo nem exigências, mas em razão da completude.
É entender que, apesar de imperfeitos e carentes,
existe a sacralidade do corpo que merece veneração.
Sozinha? Venha, viajemos em sonho... Segure minha mão.
A vida... Doce tempero de tolas ilusões, de irrealidades.
Viver seria a maldade sufocante de intenções cadavéricas.
Para prender o teu olhar e sentir-te o corpo ardente...
Haverá promessas hiperbólicas, homéricas – genéricas demais.
Coitado! Errou o alvo – encontrou a arrogância sutil do teu ‘Não!’.
Iguatu/CE, 19 de setembro de 2014.
20h14min
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