Alfama

Vou seguindo, sigo para minha alfama

onde nem sabem que existe

Lá escondo-me dos gritos, dos dias dolorosos

Lá ouço meu fado, mesmo que tristonho, é meu

Desejei que aquele dia não existisse, mas existiu

machucou, rompeu algo dentro de mim

Hoje, desconfio até das sombras

Vivo esquecida, passo sem ser notada

feito um fantasma, mas melhor assim

Ninguém me encara, ninguém vê que ainda há

muito sofrimento dentro de meus olhos

Choro pelas noites a dentro, mas choro em minha alfama

entre meus travesseiros...

Nunca mais consegui ser aquela de um dia, do dia que te vi

e encantei-me

Mas há mal que vem para o Bem

Não era para ser Nós dois

Tínhamos que passar pela vida um do outro, simplesmente

passar

Devia estar escrito em algum lugar...

Escrevi ouvindo: Madredeus - Alfama ( Refúgio)

Isabel Tanis
Enviado por Isabel Tanis em 15/09/2014
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