Alfama
Vou seguindo, sigo para minha alfama
onde nem sabem que existe
Lá escondo-me dos gritos, dos dias dolorosos
Lá ouço meu fado, mesmo que tristonho, é meu
Desejei que aquele dia não existisse, mas existiu
machucou, rompeu algo dentro de mim
Hoje, desconfio até das sombras
Vivo esquecida, passo sem ser notada
feito um fantasma, mas melhor assim
Ninguém me encara, ninguém vê que ainda há
muito sofrimento dentro de meus olhos
Choro pelas noites a dentro, mas choro em minha alfama
entre meus travesseiros...
Nunca mais consegui ser aquela de um dia, do dia que te vi
e encantei-me
Mas há mal que vem para o Bem
Não era para ser Nós dois
Tínhamos que passar pela vida um do outro, simplesmente
passar
Devia estar escrito em algum lugar...
Escrevi ouvindo: Madredeus - Alfama ( Refúgio)