Reforma

Muitas alternativas que a quimera urde,

Não apagam àquela chama que arde;

Chama alimentada por “lenha” verde,

Olhos que fazem manhã de minha tarde...

Real e sonho administram os distúrbios

Coração plebeu com sua marra de lorde;

Anda qual mendigo nas vielas do burgo,

Coroa-se de sonhos, senhor duma orbe...

Sem forças pra levar, nem , deixar a carga,

Esse andar é mui pesaroso, o dorso verga;

Passagem estreita e não leva a uma larga,

O teatro nada mostra, devaneio enxerga...

Amarrado ao infortúnio, êmulos de esgrima;

Eis uma vida em desajuste, e o duro drama,

Ansiar tê-la sempre perto qual o U e trema,

e contemplá-la alhures, indiferente à trama...

Reforma da escrita separou as ditas partes,

Que a bem da verdade nunca foram anexas;

Só a fiz ser muito minha nos campos da arte,

Pois, a realidade é uma arte mais complexa...

Mas, o sonho é sonhável enquanto possível,

Quando não, cede sua vaga para o pesadelo;

Fez de gato e sapato diz um dito ao passível,

No meu caso a vida é gata, e eu sou o novelo...