A INITIMIDADE POBRE

 
Quando o covarde fingia
Seu segredo
Ela tingia os dedos
De água doce
Fingida e sem corpo
Tomava todo líquido
Fervido
Por entre os dedos
Escorria
Uma parte dela
Sonhada
A desforra do outro
Caliente
E sem passagem
A bobagem da estética
Convida
Mascotes aleijados
Pra seu adereço
Vendido
Aos dias puritanos
Onde escondia
Um lenço
Vermelho no bolço
Da calça
Manchada de sangue
Caminha no durante
Pr’a depois
Ficar sonhando
Já amou a cama
E toda arte da figura
Agora ama
O ar que entra
Pela janela
E a poeira que
Será benzida .