Folhas que caem
Caem as folhas no outono,
no nosso olhar.
Cada dia que ganhamos
é a consumação e a aproximação
do inevitável desmancho.
Das nossas ilusões.
Dos nossos sonhos realizados
e aqueles que se perderam
na memória consciente.
Ah! Como é solúvel
o tempo de nossas vidas!
Parece que ele insiste em existir.
Mas nenhum tempo existe.
Não passamos
Não acabamos
Não esperamos
Permanecemos...
Permanecemos como folhas que caem!