Permissão

Quero ser a pessoa que nasci para ser

Permita que eu me revele

Que eu chore sem me consolar

Não tente calar minha voz

Se eu gritar, se eu falar obscenidades

Eu preciso dessa permissão

Um culto à liberdade, à expressão

Afetos meus, desejos meus.

Culpa de quem sonha acordada

Não feche essas algemas agora!

Deixe-me bater palmas só mais uma vez.

Ainda que seja pra lua ou pra meu algoz

Não me abrace sem vontade

Não me aperte contra o peito

Puna os meus delitos mais cruéis

Eu amei, eu desejei, eu fugi...

Quero ser culpada desse sangue

Arranque o meu coração

Lance-o na fonte dos desejos

Permita que eu me iluda

Guarde esse lenço das minhas lágrimas

Permita-me ser eu hoje

Deixe-me despir da moral

Me veja, contemple a minha essência

Me dê atenção, permissão.

Diana Inácio
Enviado por Diana Inácio em 29/08/2014
Código do texto: T4941898
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