Invalidade

Há um rumo certo,

de encontro aos papéis faço a fuga,

escondo-me das decepções,

das muralhas que ergui.

Aqui caminho pela estrada deserta,

onde começa o mundo,

pelos fins das ilusões.

Tenho contato direto com a saudade,

com as rimas pobres,

entre palavras comuns.

Seu rosto enfeita a noite

bailando em cada pauta,

dando vida, forma ao que escrevo,

mesmo que hajam marcas,

vínculos que machucam.

É sempre bom estar aqui,

fugir, romper silêncios... com lágrimas,

serena cascata que goteja,

revela, celebra a vida,

pois, viver é não ser vazio,

é definir a presença da ausência

quando tantas vezes somos mutáveis.

Ah, como é difícil silenciar ao mundo,

fugir às maldades,

se somos impetuosamente imperfeitos;

corrompidos pela ambição,

esquecendo que, se não somos,

o valor tornou -se invalidado.