Ilusões perdidas

Era um tempo distante

Esquecido na poeira das lembranças

Onde se guarda as ilusões perdidas,

As dores mais sentidas ,

Os desamores mais ressentidos

Lá nesse tempo distante

Não obstante ,

A realidade me levou

E numa cruzada alucinante

Dolente ,

Dormente e

Inclemente

O coração abriu-se ,

Partiu-se ,

Feriu-se...

O filme da vida rodou

As feridas tão curtidas ,sangraram

A dor cravada na alma se fez punhal afiado

Dilacerando a carne insana ,

Ruborizando o lírio semeado no meu campo

Que voltava a fecundar ...

A saudade agora presente ,de negro vestiu-se

Sentou-se no terno recanto de um coração agora frio

Triste sina inclemente ,

Que ressurge de um tempo distante

Das lembranças sempre presentes ,

Guardadas na dor da ilusão perdida ,

Nas dores mais ressentidas ,

De uma alma dilacerada ,

Ferida pela navalha do envenenado ciúme ,

Que desabrochou no meu seio

Acordou no meu coração

E morou na minha insensatez amolada feito navalha

Que rasga a carne escarlate

De um pedaço de gente

Que arde no inferno do remorso cruel

Amaro feito giló .

Indômito vento da amargura ,

Opacas lembranças da agonia perdidas nas páginas da vida,

Cravadas a ferro e fogo

No recôndito de uma alma amargurada

Pelas cáusticas ilusões perdidas

Semeadas no deserto da vida tão doída

De uma desventurada deusa vencida .

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 16/08/2014
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