Ilusões perdidas
Era um tempo distante
Esquecido na poeira das lembranças
Onde se guarda as ilusões perdidas,
As dores mais sentidas ,
Os desamores mais ressentidos
Lá nesse tempo distante
Não obstante ,
A realidade me levou
E numa cruzada alucinante
Dolente ,
Dormente e
Inclemente
O coração abriu-se ,
Partiu-se ,
Feriu-se...
O filme da vida rodou
As feridas tão curtidas ,sangraram
A dor cravada na alma se fez punhal afiado
Dilacerando a carne insana ,
Ruborizando o lírio semeado no meu campo
Que voltava a fecundar ...
A saudade agora presente ,de negro vestiu-se
Sentou-se no terno recanto de um coração agora frio
Triste sina inclemente ,
Que ressurge de um tempo distante
Das lembranças sempre presentes ,
Guardadas na dor da ilusão perdida ,
Nas dores mais ressentidas ,
De uma alma dilacerada ,
Ferida pela navalha do envenenado ciúme ,
Que desabrochou no meu seio
Acordou no meu coração
E morou na minha insensatez amolada feito navalha
Que rasga a carne escarlate
De um pedaço de gente
Que arde no inferno do remorso cruel
Amaro feito giló .
Indômito vento da amargura ,
Opacas lembranças da agonia perdidas nas páginas da vida,
Cravadas a ferro e fogo
No recôndito de uma alma amargurada
Pelas cáusticas ilusões perdidas
Semeadas no deserto da vida tão doída
De uma desventurada deusa vencida .