Estrada da vida
Precisei de carinho fraterno
E eu não tive onde encontrar,
Precisei do amor materno,
E eu não tive como ir buscá-lo,
Procurei por um amor sem fronteiras
Para encontrar uma solução,
Para tanto querer, só sofri, só chorei
E só encontrei desilusão.
Continuei a caminhar sozinha
Procurei alguém que segurasse a minha mão,
Que me ajudasse a levantar-me,
E aquecesse o meu coração,
Pois o frio da solidão
Castigava todo meu ser.
Mas, só encontrei pedras
Em minha estrada deserta,
Caminhos turvos e ermos
Com morros cheios de espinho
Que não sei onde vai dar...
Não deixei trilhas por onde passei,
E não sei nem mesmo como voltar.
As lágrimas molham minha face suada,
E não tenho ninguém para secar meu pranto,
Não ouço o eco de passos andantes,
Não vejo luz, não vejo o chegar,
A cada passo, mais longa se torna a estrada,
A cada lágrima que rola, mais triste é o meu caminhar.
Me vejo sozinha, não encontro respostas
O horizonte é turvo, e esta pesada jornada,
Não sei quando chegar, nem como chegar...
Na solidão me pergunto: E para que chegar???
Se nas lutas inconstantes,
Dos meus passos errantes,
Na estrada da vida, sigo cambaleante.
Nas curvas da estrada,
Não encontro parada,
Não encontro um amigo,
Nem vejo um mirante,
E porque a ânsia da chegada?
Se não tenho motivos e nem emoção,
Não tenho saudades prá deixar,
Não tenho alguém para me abraçar,
Não tenho ninguém a me esperar,
Se encontra no abandono o meu coração.