Alcova decapitada

O sol dos meus olhos dentro do coração,

Cega, e reveste de platina as aparências,

Mumifica a Iris das imagens patológicas,

Sou ainda menino dos sonhos macios.

À noite graúna fomenta os destilados diurnos,

Fragmenta as paisagens cubistas deterioradas

Meu sangue ferve sobre a alcova decapitada,

Os alforjes repagam de pratas e ouro o desejo

Ouro que gasto com as putas sôfregas no cabaré.

Os poemas morrem afogados na falta de respiração,

Os sonos tropeçam nos faxes do dia sulfuroso,

Descalço as alpargatas de tiras e mentiras

Ando no limiar das desesperanças até dormir.

demetrioluzartes
Enviado por demetrioluzartes em 12/08/2014
Código do texto: T4920307
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