Pra nunca mais...
Hei de ver-te pintada a cores do entardecer
fugindo ao dia, levando a noite
dentro dos mistérios na palavra adeus.
Pra nunca mais,
hás de ver meu sorriso entre lágrimas,
fios transparentes morrendo em boca aberta.
Pra nunca mais,
também, verei corrompida as concepções
logradas pelos nefandos prazeres,
abiscoitados dentro de noites fadadas ao pecado.
Pra nunca mais,
serei o veículo de tanta febre
pelo mundo inconsciente, amaldiçoado,
jogado feito pedra pelo mundo ao léu.
Pra nunca mais,
terei nuas,
quase tão puras,
vítimas da ideologia do prazer,
da fome carnívora do sexo,
pretexto de aposento anexo,
cobertura de bolo de quatro andares,
ao colo a elevação sedenta dos patamares
feito aos beijos que pra nunca mais.
Pra nunca mais terei pejo,
circuitos fechados de recolhimento
na cidadela das frustrações humanas.
Pra nunca mais,
dentre tudo, coisas tantas.