Desencantos
Desencantos alados que me corroem,
Nas sombras fugidias desenhados,
Que busco incessantemente trazer,
À luz enamorada do luar trajado.
Desencantos finados que me arruinaram,
Nas trevas me deixaram enclausurado,
Desabrigado da chuva insolvente que cai,
Que não me deixa desassossegar.
Desencantos que mergulham-me fundo,
Sem sequer poder ou saber respirar,
Nas entranhas da terra que por mim,
Suspiram sem parar tão saudosas.
Desencantos do meu desencantamento,
Que me inebriaram de tanto enfastiamento,
No meu leito de prenúncio de má sorte,
Onde gizei o luto do meu inconformismo.
Lisboa, 25-8-2013