Desilussão

Quantos olhos olhei para chegar aos teus. Quantos olhares deixei dobrarem a esquina. O mundo não se deteve, andou depressa, sugando-nos a alma a cada segundo. Tantas palavras ditas caíram no chão. E você só olhando e teu silêncio me enforcando a garganta.

Que irônico é amar no auge da dor, que irônico é rir de tristeza, sentado nos sonhos rasgados ao pé da cama, e você me olhando desinteressado, esperando que tudo acabe, dizendo que sofre com um tom sarcástico na comissura da boca.

Eu segurando algum órgão abstrato que me escorregava dos dedos. Mas não suportei o fardo, nem o teu verbo calado.

Te deixei ir, foste embora, em má hora. Embora, de alguma forma, estejas aqui mais que antes, presente...Como me excluís sem esforço. Como te roubas de mim e me esqueces tão fácil. E eu nado sem sentido numa espessa tristeza, finita sim! no futuro, mas que parece, agora, não ter fim.

Dave Chauca
Enviado por Dave Chauca em 19/07/2014
Reeditado em 19/07/2014
Código do texto: T4888391
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