Caso do Poeta
Pois que meu coração
está de enterro e oferenda.
lustrando dores -
meu coração rupestre é mercúrio.
Derrotado às escamas
pelo lodo de ser lápide,
fênix,
repousa no tórax
sombrio,
calado, carpido,
sem fato algum
além de o ser.
Oh, desastre de um vestido.
Escrevo na pressa pungente da estrada,
e o amor não o veste mais.
Os dedos pedem berços,
sem
resignar os oxidados,
pedem nada mais que
o intangível
das planícies.
O amor que de repente amou,
íntegro, magro,
enlaça senão
as lepras mornas e
abertas na primavera mentirosa:
Enquanto pulam as vozes
às tuas vidraças,
vejo-te aos restos de um
nó fatídico do horizonte.
Algas pelo vento,
mortas...
da beira-mar trazidas.
O mar secou! Não há mais do que gente
pelo o ocaso.
Arranho-te nos rótulos do amanhecer,
tinta de carne -
planta na paz última
do calçado -
a percorrer ritmos sobre as
sílabas do vácuo.
No ar da rotineira emenda,
coube amar raso
no colo omnívoro da cidade,
furando rios,
furtando guerras entre a marginalização do riso
ou nada mais que um
beijo de equívoco
a passear pelos pedestres do limbo
azul da omissão,
nada mais que um beijo no tempo.
Coube raso amar,
por entre fadas e faíscas,
somente.
Ando de posses a escoltar
piolhos oxítonos,
as vestes reduzidas a praticidade
dos muros,
apenas o estado, folclórico, de
um rubi polido às rugas,
ao abstrato respondia com seu canto
isósceles.
Manchas nas pegadas, nos ladrilhos,
na boca
escorrem pelos galhos e pousam
no ombro
que vaga, diagonal,
a responder a assimetria das mãos