Premonições
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Decifra-me
ou serei lendária reticência...
No oráculo sideral,
dos astros deuses,
o Sol enamorou-se da Lua.
Divindades.
Criador e criatura.
Astro fonte de luz;
pontes que ligam sonhos,
o peso da cruz...
Iluminada beleza nua.
Entre eles,
a fragilidade de Ícaro.
Descumprindo a profecia;
ignorando previsões...
Ele, solitário, voou.
O amor, adágio ensolarado,
crispou-se no firmamento;
asas derretidas, caindo.
Fim de um sonho?
Espantoso tormento...
E a voz indecifrável qu’inda persiste:
‘Que sentimento, submetido a extremos,
suportaria a angústia da espera?’
Crato-CE, 15 de julho de 2014.
09h33min
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