Maldita, sou!
Maldita, sou!
Sandra Ravanini
Maldita sou eu, nas mãos de jure santa vítima,
cerzindo ponto a ponto tal acidez de tanto amor,
nada e tudo, sim e não, cá ou lá, contam as críticas?
A carapuça hasteia o andor do meu crime estertor.
Flores de papel! O que dei não pactuava do apogeu;
então, se não deu, entendo também... eu rasgo e declaro
a certidão corroída do meu cerne... luz, é claro!
Maldita sou eu, tanta machucadura ecoou o que verteu.
Evapora a minha sombra para sempre agora;
siga risonha fingindo o amor tão dedicado,
porém, dispa a máscara... mel do pó amargurado
e não olhe para trás. Bendita é aquela que só chora.
Philosophía, eu fracassei, roupa imunda é o que resta!
Suja o silêncio e mais esta minha gêmea impotência;
pois sim, juro, eu tentei, mas, traição, eis-te em reverência
vomitando os idos na maldita que não mais presta!
15/05/2007