Deserto, eu.
Entorpecido, viciado.
Desgastado, padeço agora
Não por quimica, ou por ódio alheio,
Nem catástrofes ou acasos.
Me desfaço por ser escasso e não respeitar
Minhas próprias leis de não me machucar.
Rompi minha represa de emoções,
E a enxurrada varreu de mim,
Razões, Prudência e ilusões.
Sem saber se de mar ou lágrimas,
a água salgada, tudo arrastou.
Tornou-me livre de decepções,
Mágoas e desolações, porém
Meus campos alagados, salgados pela torrente,
Estéreis agora, jamais florescerão novamente.
Amor, confiança e zelo,
Sementes estas, perdidas em meio as pedras,
se estenderão da mente ao coração,
Para sempre perdidas, nesse eu, e pedaço de chão.
Tempestades intrínsecas agora? Apenas de areia
Em meu deserto, eu.