DESPEDIDAS
Nas veias abertas de minha vida,
Abri lanhos para tuas escritas
E nada me veio por acréscimo,
A não ser tuas ausências.
Sou píer abarrotado de amostras
Lamentos e despedidas.
Sou cais anoitecido no raiar do dia.
Silêncio no porto deserto e abdicado
Dos navios sobejados de partidas.
Abigail, Albatroz, Poseidon, Argus?
Que importância têm os nomes
De tais naus que se vão somente?
Meu olhar perde-se na enseada,
Como farol inútil, clareando o nada,
Pois é tempo de postergar sorrisos.