DESPEDIDAS

Nas veias abertas de minha vida,

Abri lanhos para tuas escritas

E nada me veio por acréscimo,

A não ser tuas ausências.

Sou píer abarrotado de amostras

Lamentos e despedidas.

Sou cais anoitecido no raiar do dia.

Silêncio no porto deserto e abdicado

Dos navios sobejados de partidas.

Abigail, Albatroz, Poseidon, Argus?

Que importância têm os nomes

De tais naus que se vão somente?

Meu olhar perde-se na enseada,

Como farol inútil, clareando o nada,

Pois é tempo de postergar sorrisos.

Paulo Pazz
Enviado por Paulo Pazz em 07/07/2014
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