AZAR DA SORTE OU SORTE DO AZAR?

De quem foi o azar?

De quem foi a sorte?

Azar do azar

ou do azar da sorte?

Sorte do azar?

Sortilégio

Sorteio...

Agora vem,

Pensa e solta o pensamento...

Desde que partiste

repartiram-se,

quebraram-se,

romperam-se,

rasgaram-se os fatos, as fotos,

fitas, festas, lenços, laços...

Murcharam as flores...

Azar do azar

e do azul no reinado das cores!...

Lembranças...

Sorte da sorte,

Esperanças...

Azar da sorte

ou sorte do azar?

Chorar pela sorte

é sorrir pela morte...

Sortilégio...

Sorteio do tédio

no desprivilegio da sorte,

privilégios dos cortes

e sobressalto em nossos nortes.

Desde que partiste

partiram junto toda a alegria minha

num rasga-rasga dum azarado Amor:

E o vento levou...

Fatos, fotos e grafismos,

fotografias,

lembranças rotas,

memórias desconectadas, soltas

de um tempo que foi tão bom.

E afinal,

de quem foi o azar?

- Meu?

- Teu?

- Nosso?

Não aguento mais e nem posso.

Partiste...

Vá-me catar os fragmentos

pra rejuntar o mosaico

do meu laico viver sem você,

rejuntar sentimentos

nos pedacinhos que restaram

da sorte, do azar nos desenlaces fugazes,

e perenes da solidão

de nossa azarada sorte.

Senão, troque-se tudo

pelo azar da morte!

Antonio Fernando Peltier
Enviado por Antonio Fernando Peltier em 02/07/2014
Reeditado em 02/07/2014
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