Solitário
Sozinho na mesa do bar
bebendo goles de desilusão.
Enquanto a madrugada calada
se arrasta, arrasta também seus pensamentos
que tocam profundamente o ego corroído.
Pensa na vida, na morte,
na mulher amada que sigilosamente
se foi, sem nada dizer.
Preso a tantos questionamentos
uma dor cortante,
explícita em sentimentos
faz seu corpo tremular.
-onde eu errei?
É tudo tão confuso!
Debruçado em suas lágrimas,
seca o lago dos olhos,
ver seus dias acabados
vegetando no nada,
sente-se abatido, caído,
bebe suas mágoas
na taça da amargura.
-para onde foram todos?
Ah! Se eu fosse um poeta
que finge sofrer, essa minha dor,
eu transformaria em poesia,
mesmo que fosse uma triste poesia!