O Banquete dos Miseráveis

Tem uma cauda de dragão

banindo a decência,

e dizimando os oprimidos.

Há um torpedo mirando

os olhos da paz,

e seu propósito, não é bom.

Tem uma guerra declarada,

um civil colecionando ratos,

para servir no jantar das crianças.

Há um pontapé no traseiro coletivo,

um poço de convictas incertezas,

para as falas da pobreza e da discórdia.

Tem uma boca escura de cisterna,

uma porção de miúdos na gamela,

e aguardando a passagem da frigideira,

um bando de famintos, chama pelo garçom.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 20/06/2014
Reeditado em 24/08/2019
Código do texto: T4852359
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