Ultrajantemente fútil
Ontem a falsa esperança
balançava na ponta do iceberg,
hoje a certeza do naufrágio
é resumo da inércia consolidada.
Ontem o prenúncio de novos dias
era mantido na gangorra da vanguarda,
hoje a decisão antagônica e fútil
rebate na ilusão inútil e inexplicada.
Nosso futuro, fruto da discórdia
é melancólico de esperança,
ultrajante e sem renúncia,
e se resume num sistema podre.
Vive alicerçado na vergonha corrupta
como se fosse natural andar na corda bamba,
empunhando a bandeira da desgraça,
e desgraçando homens bem intencionados.