INSANABILIS DOLOR

Maria Luiza Bonini

Que dor sagaz é essa, que se infiltra

Nestes meus sóbrios e solitários dias

Quando, de tudo o mais, só restou poesia

E esta intrusa lúgrube, que a mim, avilta?

Pelas profundezas de meus sentidos

Em reabrir, cá, em minh'alma, insiste

O que tento esquecer, posto ser triste

Embora a tenha, em meus versos, tão contidos

É uma dor que avassala e não passa

Por mais que tente, em vão, faz-se presente

Tal como a fome, perante o abstinente

É uma dor que, só Deus, em sua Santa Graça

É capaz de entender, num coração doente

A fenecer, sem que jamais entendam, o que sente

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São Paulo, Brasil

25.Maio.2014

Maria Luiza Bonini
Enviado por Maria Luiza Bonini em 19/06/2014
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