Mar revolto

O vento litorâneo passa

Meu corpo se incendeia

É oxigenação demasiada

Pro meu dorso de sereia

Maldita onda, essa desgraça

Que me largou aqui na areia

Como se fosse eu marcada

Pra não ter uma vida inteira.

Quisera eu ser só humana

Quisera eu ser só um peixe

Uma existência mundana

De permanência num feixe

Vivendo longe da onda

No alto mar um fetiche

De me livrar dessa sonda

Desembarcar num trapiche.

Mas sou mestiça estúpida

De coração tão pulsante

Tenho em mim essa dúvida

De me tornar ser errante

Hora em uma terra lúdica

Outra em um mar verdejante

E por existir tal disputa

Vou pruma praia distante

Morrer na areia em labuta

Pra ser feliz um instante.

Giovana Figueiredo
Enviado por Giovana Figueiredo em 11/06/2014
Código do texto: T4841108
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