SILHUETA
Soam doze badaladas
No relógio lá da sala
Vejo atrás da cortina
Tua silhueta estampada!
Depois vai até a porta
E já na noite te somes
E eu fico aqui prostrado
Como o mais triste dos homens!
Que sina, que desventura
Perder o amor que era meu
Sei que outros braços procuras
E já nem disfarças mais!
Soam doze badaladas
Devagar como punhais
Vão ferindo, vão matando
A esperança do meu coração.
Escuto teus passos voltando
E uma dor me desatina
Ao ver tua silhueta passando
Atrás da mesma cortina!