AMARGURA DA MESA DE BAR
Entristecido, recolho meu sorriso
Dirijo-me ao mesmo bar
Preferia ter morrido
Do que deixado de te amar
Sento numa mesa, sozinho
As únicas companhias, o copo e a garrafa
Estou perdido, não sei qual o caminho
Só não quero voltar pra casa
Lá, lembro de você em todos os cantos
No bar, com a música brega e a cerveja
É como se compartilhasse meus prantos
Que por dentro choro, sem que ninguém veja
O que me basta é a bebida
Quero tudo esquecer
Do nosso amor e da última briga
Que me separou de você
Um cigarro, peço ao garçom
Toca uma música, fico emocionado
Peço pra ele aumentar o som
"Nunca mais te terei ao meu lado..."
Bebo e fumo sem parar
Voltei para a boemia, oficialmente
Velhos bares que voltarei a frequentar
Só me afastei em nome do amor da gente
Voltei, com um crachá de veterano
Os velhos amigos reencontrarei
Tomando whisky, cachaça ou cinzano
Do mesmo jeito que antes os deixei
Os saúdo, ó companheiros nobres
De todas as classes e jeitos
Já bebi com ricos e pobres
Bons e maus sujeitos
Mas é na amargura da mesa de bar
Num antro de desilusão
Que encontrei meu lugar
Longe do seu coração.