AMARGURA DA MESA DE BAR

Entristecido, recolho meu sorriso

Dirijo-me ao mesmo bar

Preferia ter morrido

Do que deixado de te amar

Sento numa mesa, sozinho

As únicas companhias, o copo e a garrafa

Estou perdido, não sei qual o caminho

Só não quero voltar pra casa

Lá, lembro de você em todos os cantos

No bar, com a música brega e a cerveja

É como se compartilhasse meus prantos

Que por dentro choro, sem que ninguém veja

O que me basta é a bebida

Quero tudo esquecer

Do nosso amor e da última briga

Que me separou de você

Um cigarro, peço ao garçom

Toca uma música, fico emocionado

Peço pra ele aumentar o som

"Nunca mais te terei ao meu lado..."

Bebo e fumo sem parar

Voltei para a boemia, oficialmente

Velhos bares que voltarei a frequentar

Só me afastei em nome do amor da gente

Voltei, com um crachá de veterano

Os velhos amigos reencontrarei

Tomando whisky, cachaça ou cinzano

Do mesmo jeito que antes os deixei

Os saúdo, ó companheiros nobres

De todas as classes e jeitos

Já bebi com ricos e pobres

Bons e maus sujeitos

Mas é na amargura da mesa de bar

Num antro de desilusão

Que encontrei meu lugar

Longe do seu coração.

Eder Moraes
Enviado por Eder Moraes em 04/06/2014
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