Carência
O ácido da carência
pelo peito escorre
preenchendo a ausência
do coração que morre
De ilusões incertas
verdades partidas
perdem-se metas
de esperanças medidas
Machucados de solidão
Que não cicatrizam
na triste ilusão
gelados se cristalizam
Turva a visão
de um coração carente
que enxerga a paixão
em quem não a sente
E se perde toda sabedoria
troca os pés pelas mãos
troca a noite pelo dia
na carência só desilusão
Paixão e ilusão
vão a carência alimentar
faz tudo ficar vão
e o amor a detonar
E o resto é explosão
da privação que nasceu
quimera predileção
de um coração que morreu
Mas como a Fenix ressuscita
de toda cinza e poeira
O sonho solicita
uma chance derradeira
Mesmo sangrando
a esperança vai reviver
e o mundo girando
como tudo deve ser