Presente grego
Agora surge a sina cobrando uma dívida,
nas facilidades que esperança promete;
inda com total certeza de minha dúvida,
enquanto o fado segue, pintando o sete...
As tintas psicodélicas que fazem a ilusão,
supõem ás onde é três, no falso baralho;
qual queijo pro rato que encena ser pão,
mas, é munição, a ratoeira faz o trabalho...
Primeira geada rompeu hímen do inverno
para acentuar bem, ao frio doído do ninho;
natureza começa aos poucos trocar o terno
a relva, claro, ainda sangra um pouquinho...
Vejo venturas idas, na plateia pedindo BIS,
na fatia de saudade esse confeito agridoce
malogrando o tédio, com uma nuance feliz,
como se, revivê-las, possível, ainda fosse...
E o futuro também promete lotar o estádio,
dada a glória reservada nesse ditoso porvir;
temendo sina de gladiador fraco sem gládio,
fantasio que sou César, apenas para assistir...
Mas, enquanto não se veem, repórter e furo,
resta o poema, quase um pedido de arrego;
lido muito bem, viram, com passado, futuro,
só esse presente , que é um presente grego...