Pluma de chumbo
Fluidos eclodem pelas córneas
A alma, exaurida, evola-se
Pluma de chumbo que flutua
Destino, fado, sina, ventura
Presente de um pretérito sem cura
Aos ouvidos, doce melodia
Um réquiem, desterro de amargura
Infarto agudo do miocárdio
Um mesmo músculo, uma outra fissura
Essa tal atração interpessoal
Unilateral
Congela a chama não alastrada
Efeito quase mortal
Faz de amor, uma vaidade
E de sonhos, desilusões
A realidade não vem com espaços
Nem com tempo para paixões
Não há céu o bastante
Para uma pluma de chumbo
Tampouco há gravidade
Para levá-la ao chão